domingo, 12 de junho de 2011

Capítulo 2

Capítulo 2

  Explicações

Odeio filosofia. Sei que já falei isso algumas vezes. Acho que fui mal na prova. Sempre fui mal nessa matéria mesmo. Não estudei direito também.
Agora vamos falar um pouco da minha escola, Hocenic.
            A Kimberly Trunscot é a popular. Em todas as escolas, ou quase todas, as populares são más e têm tudo o que querem. A Kim, é como todos a chamam, não é má, ela só é chata. Está sempre na média. Não tira notas ruins, mas não tira boas. Ela, infelizmente está em quase todas as minhas aulas, ou seja, sempre nos encontramos. Além de só falar de roupas e cabelo, (por sinal o dela é PER-FEI-TO. É preto com mechas naturais de marrom escuro.) ela odeia animais. Como eu odeio qualquer um que os odeie, eu a odeio. Não vamos dizer odeio, mas eu não gosto dela. Melhorou?
O meu cabelo não é tão perfeito quanto o dela. É castanho e ondulado com cachos nas pontas. Não tenho mechas porque gosto do meu cabelo natural. Já pensei em ter, mas minha mãe disse que elas estragam o cabelo.
Não tenho muitas amigas, mas a que eu tenho, já é suficiente.
O nome dela é Alexis. Os olhos dela são verdes e o cabelo dela é liso com um loiro escuro. Nem loiro amarelo, nem castanho marrom. Uma mistura dos dois. A propósito, o sobrenome da Alexis é Cocker. Muitas pessoas enchem o saco dela dizendo que ela é um cachorro. Ela nem liga e até gosta. Afinal ela tem um American Cocker Spaniel chamado Sky. Ele e a Layla são grandes amigos.
Jason Écouteur é amigo do meu irmão e baterista da banda deles. Ele é um pouco sério, mas às vezes eu consigo fazê-lo rir. Os olhos dele são bem pretos e o cabelo também. Ele faz algumas aulas com Rick, outras não.
O outro, que é só meu colega e tecladista da banda, é o Andrew. Ele é bem legal e gosta muito da Layla.Um dos motivos de eu gostar dele.
Estamos tendo aula de História. Todos dizem que história é chato e que deveríamos aprender sobre o futuro e não o passado. Eu gosto, um pouco, de aprender sobre o passado dos EUA. Apesar de já saber de tudo porque o povo nunca se cansa desse assunto específico.
- Ei, Sam! – Alexis estava me cutucando pois estava atrás de mim – Mike me disse que a Layla tinha fugido. Você a encontrou, né?
- Ainda bem que sim. – falei.
- O próximo horário é Geografia?
- É. Ah, não! Eu não vou te emprestar o dever, Alexis!
- Por favor! – implorou ela.
Não aguento ver alguém com aquela cara de cachorrinho.
- Pega logo. – e dei meu caderno de geografia a ela.
- Valeu!



Depois que acabou o horário de História e depois o de Geografia, eu, Alexis, Mike, Jason, Andrew e Rick fomos para minha casa. Os meninos foram ensaiar uma música e eu fui no meu quarto com Alexis. Ela perguntou:
- Sam...você não falou nada da escola até aqui. Você está bem?
- Mais ou menos. – falei enquanto acariciava a Layla.
- Olha, eu sou sua melhor amiga. Por favor, me conte o que está acontecendo.
-  Você iria rir da minha cara ou falar que eu estou maluca ou até sair contando pra tudo e pra todos.
- Do que você está falando?
Por mais que eu não quisesse, ela era minha amiga e eu confiava nela. Então...
- Só me espera aqui. Eu vou colocar comida pra Layla e já volto. Layla!
- Ok. – Alexis assentiu com a cabeça.
Eu tinha que saber tudo para poder contar esse tudo para a Alexis. Chamei a Layla até a cozinha, onde eu dava comida a ela e pedi para ela me contar.
- Você tem uma irmã. – ela começou. Uau. Eu tenho uma irmã. E eu que achava o Rick machão... - O nome dela é Sarah. - pelo menos Rick ainda era o mesmo. Eu não queria interrompê-la. – Ela é de outro mundo, assim como eu.
Tudo bem, agora eu interrompo.
- Vocês são aliens?
- Claro que não! Somos de um mundo paralelo chamado Muiraquitã.
- E isso significa alguma coisa?
- Sim. É um amuleto que todos os habitantes utilizam para sobreviver.
- Sem ele vocês...morrem?
- Às vezes. Em casos raros.
- Então, onde está o seu?
- Na minha pata. – ela me mostrou a pata dianteira esquerda – Eles nos protegem do mal.
- Que mal?
- Sua espécie.
- O QUE? Como assim? Os humanos são perigosos para vocês?
- Muito. Eles, ou melhor, vocês, são os únicos que conseguem tirar nossos amuletos que, geralmente, os chamamos de Mui. Sem eles nos transformamos em animais normais e nos esquecemos do nosso mundo. Além de, provavelmente, morrermos uma semana após a retirada de nossos Muis.
Eu estava parecendo a filha do Dr. Do little.
- Quer dizer que eu posso arrancar o seu Mai e...
- Mui – Layla me corrigiu.
- Que seja. Eu posso arrancá-lo e aí você morre?
- Provavelmente em uma semana.
- Uau! Isso é beeem bizarro. – exclamei. – Você disse que eu tenho uma irmã. Ela sabe que eu existo?
- Claro. Ela já tentou se comunicar com você várias vezes.
- Você é uma “muiraquitãniana”?
- Acho que...sou.
- Desde que nasceu?
- Sim. Há três anos.
- Sua mãe e seu pai também falam?
- Sim. Eu não nasci nesse mundo. – isso está ficando cada vez mais estranho – Eu nasci em Muiraquitã. Sua irmã me mandou pra cá assim que eu nasci. Aquela família de Border Collies que eu estava quando você me adotou não era a minha. Depois que eu fiz oito meses e já tinha, digamos, consciência de tudo e já pensava, Sarah começou a me treinar para que eu te protegesse.
- Mas...você disse que os humanos são o mal. Ela queria que você me protegesse dos outros humanos?
- De um em especial.
- Quem?

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