Capítulo 4
Muiraquitã
Parecia que eu estava dentro de um iglu bem branquinho.
- Sam! SAM! – ouvi a voz de Alexis.
- Me dá a sua mão! – falei e segurei a mão dela.
Não sei o que Alexis viu, eu vi uma luz amarela. Não sabia se era o Sol ou um tipo de lanterna.
Os objetos, árvores, animais, tudo começou a ganhar forma e cor. Ouvi a voz da Layla:
- Temos que sair daqui!
- Mas acabamos de chegar! – exclamei.
- E temos que sair! Estamos no meio de um incêndio! – disse Layla.
- Isso é comum aqui? – perguntei.
- Não! Deve ser o Jaffna.
- Como saímos daqui? – gritou Alexis.
Eu olhei para o relógio e vi um botão de “pausa” e o apertei.
Layla estava com a boca pronta para falar algo, mas congelou. Alexis estava com os olhos arregalados e parecia pronta para sair correndo.
Eu realmente tinha parado o tempo? Apenas apertando o botão do meu relógio? Me lembro de perguntar para Layla se eu podia controlar o tempo de outros mundos. Ela disse que sim, mas só quando eu controlasse-o no meu mundo.
Foi mais fácil do que pensei.
Olhei para Alexis e Layla, apertei o botão “play”, Layla retomou a consciência e nos levou para casa.
- Como fizerem isso? – perguntou Alexis.
- Eu apertei o botão “pausa” e vocês congelaram. – expliquei – Depois fiquei olhando pra vocês congeladas e aí apertei o botão “play” e Layla nos trouxe.
- Apenas tocando o relógio? A Layla não disse que você só controlaria outros mundos após controlar esse?
- Foi o que eu pensei também.
- Sam, eu tenho que perguntar algo para uma pessoa em Muiraquitã. Eu volto já. – disse Layla.
- O que ela disse? – perguntou Alexis.
- Ela vai para Muiraquitã perguntar algo a alguém. – respondi enquanto Layla sumia.
- Nossa ida até lá foi tão rápida. Eu ia até pedir pra você tirar uma foto munha lá. – ironizou Alexis.
- Pois é. – disse eu, rindo. – Que horas são?
- Sete e vinte.
- SETE E VINTE!? – exclamamos juntos.
- Já era pra eu estar em casa! – disse Alexis – Minha mãe vai me matar!
- Meus pais já devem estar aqui! Era pra eu ter passeado com a Layla! Ah...esquece. Ela se vira sozinha. – falei – Vem comigo. Se meus pais já estiverem aqui, pergunto se você pode dormir aqui e você liga pra sua mãe. Minhas roupas devem caber em você.
Fomos na sala e eu vi meus pais no sofá. Olhei para a mamãe e perguntei:
- Mãe, a mãe da Alexis ligou?
- Ligou, filha. Se esqueceu foi? Você até perguntou pra ela se a Alexis podia dormir aqui. Comprei seu biscoito. Tá no armário de cima. – disse minha mãe.
- Obrigada. A gente vai ficar no meu quarto se você quiser alguma coisa. – falei.
Ela me olhou com uma cara de “o que eu iria querer?”. Indo para o meu quarto, Alexis perguntou:
- Nós ficamos cinco minutos lá em Muiraquitã. Quanto tempo se passou aqui?
Olhei para o relógio do meu quarto e disse:
- Exatamente cinco minutos.
- Isso tá parecendo Nárnia. – disse Alexis. – Com algumas exceções. Em Nárnia, cinco minutos é um dia. Será que já se passou um dia e não percebemos?!
- Voltando a realidade, por favor. À noite, enquanto todos estiverem dormindo, você quer ir lá?
- Pode ser, mas e se entrarmos no incêndio de novo?
- Não vamos.
- Vamos pra onde? – Rick apareceu na porta do meu quarto. Alexis e eu tomamos um baita susto.
- Sair amanhã de manhã. Já que é sábado e não temos escola. Mas, a Sam disse que queria dormir até tarde. – Alexis salvou o dia!
- Tá. Boa-noite, então. – disse Rick.
- Já vai dormir? – perguntei porque Rick não é um cara que dorme cedo de jeito nenhum!
- Não. Eu vou ficar no meu quarto e depois vou dormir. Acho que vou ler um pouco. – ler? Sei. Essa é uma desculpa que ele dá para ficar no computador até ter sono, ou seja, umas quatro da manhã.
Assim que ele saiu, Alexis sussurrou:
- Acha que ele acreditou?
- Talvez. Mesmo assim, vamos falar baixo. São sete e trinta e cinco. Podemos conversar um pouco e nove horas nós vamos para Muiraquitã.
- Beleza. – respondeu Alexis.
Conversamos sobre a escola, sobre as provas, garotos e família. Olhamos para o relógio e vimos que era nove horas em ponto. Alexis disse:
- Quando você quiser.
Fui na porta do meu quarto e vi que todos já estavam dormindo, até a Layla. Ela deve ter voltado enquanto conversávamos.
- Soren. Samantha Harrie e Alexis Cocker. Me dá a sua mão! – gritei no final.
E tudo ficou branquinho de novo.
O problema foi que tudo estava branquinho demais.
- Sam, parece que estamos no Alaska. – disse Alexis.
- Ou talvez seja inverno. – falei.
- O clima mudou em menos de duas horas? – ironizou Alexis.
- Cada canto de Muiraquitã tem um clima diferente. E vocês são?
Alexis soltou um gritinho agudo demais pro meu gosto. Na nossa frente estava um tipo de macaco falante. Ele era marrom, branco e preto, parecia um lêmure adulto com aquela cauda grande e peluda.
- Eu sou Samantha Harrie e esta é minha amiga, Alexis Cocker. Quem é você?
- Meu nome é Wadi Halfa. Sou um lêmure adulto legítimo muiraquitãniano. Minha família mora nas terras do Sul, Dakwa, onde é quente e úmido. Minha esposa se chama Kowell Halfa.
Não precisava desse discurso todo. Só perguntei quem ele era! O nome já bastava. Eu lá queria saber o nome da esposa do lêmure falante?
- Essas são as terras do Norte? – Alexis perguntou. Como ela o entendia?
- Você o entende? – sussurrei para ela.
- Por incrível que pareça, sim. – ela sussurrou de volta.
- Sim minha jovem, essas são as terras do Norte que chamamos de Torru. Vocês não são de Muiraquitã, são? – disse Wadi.
- Somos da Terra. Eu sou a irmã da princesa Sarah – de acordo com a minha cachorra. Não falei essa parte em voz alta. – e estamos procurando-a.
- Eu sei onde ela está. Também estou indo para lá. Vou pedir uma coisa a rainha.
- Qual é o nome da rainha? – perguntou Alexis.
- Ela se chama Nyala. – disse Wadi.
- Bom, então vamos. – chamei.
E partimos para procurar o castelo da realeza, a qual eu, provavelmente, faço parte.
Tatá, posta mais!!!! Eu to loca pra saber a reação dela ao ver a irmã!!!! Posta logo, tá!!! Beijinhos e Saudades!!!
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