Capítulo 3
Jaffna
- O nome dele é Jaffna. Ele é o mal em todos os mundos. – disse Layla.
- Até na Terra?
- Sim.
Contar tudo isso pra Alexis vai ser bem complicado.
- Jaffna quer o poder de todos que o possuem. – ela fez uma pausa – Inclusive você.
Agora eu tenho poderes. Uau.
- Eu posso voar?
- Não.
- Levitar coisas?
- Não.
- Visão de raio-x?
- Você pode controlar o tempo. – acho que ela perdeu a paciência com minha lista de poderes. – Nesse e em todos os mundos.
Ela disse primeiro “controlar o tempo” e depois “todos os mundos”? Minha cachorra é cheia de surpresas.
- Espera. Quantos mundos paralelos existem?
- Muitos.
- E eu posso controlar o tempo deles?
- Pode se você souber controlar o tempo no seu mundo.
Eu não consigo nem controlar meu tempo no banho.
- Você vai me ajudar?
- Não. Seu treinador vai.
- Quem é meu treinador?
- Você irá descobrir. Antes, pegue isso. Irá te ajudar.
Ela me deu um relógio (bem moderno). É...minha cachorra me deu um relógio. Dá pra ficar mais estranho?
- O que eu tenho que fazer com isso? – perguntei colocando o relógio.
- Nada. Seu treinador lhe dirá.
QUE TREINADOR?
- Aquele tal de Jaffna, ele vai me perseguir?
- Se você deixar.
O QUE? MINHA CACHORRA É MALUCA! E eu to ficando igual a ela...
- Como assim se eu deixar? Se o cara quer pegar o meu poder, o qual eu gostei, é claro que eu não vou deixar!
- Ele tem o poder de se transformar em qualquer coisa.
- Qualquer...coisa?
- É. Bom, na verdade apenas seres vivos.
- Meu...Deus.
- Suspeite de tudo! Não fale com ninguém, principalmente se o seu relógio brilhar ou apitar.
- Hãh? – eu estava mais perdida que cego em tiroteio.
- Caso seu relógio apite, a pessoa ou animal com quem você estiver falando é outro mundo. Caso ele brilhe, essa pessoa ou animal tem o coração maligno e é de outro mundo.
- Duplo meu...Deus! – exclamei – Eu tenho que ficar com o relógio sempre, né?
- Sim.
Não sei se a Layla ia falar mais alguma coisa, mas ouvimos Alexis me chamar. Ela me perguntou:
- Você estava colocando comida para um Border Collie de 22kg ou para um elefante de duas toneladas?
- Ela come muito. – menti. Na verdade, Layla come pouco.
- Vai me contar ou vai fugir de novo?
Contei cada detalhe para Alexis. Acredite ou não, ela não correu nem gritou. Ela parecia apenas um pouco surpresa.
- Nossa! – ela disse – A sua cachorra fala, existem outros mundos e um cara malvado. Esqueceu alguma coisa?
Mostrei o relógio à ela e disse:
- Ela também me deu esse relógio.
Houve um momento de silêncio.
- Você também acha que unicórnios existem? – Alexis ironizou.
- Eu sabia que zombaria de mim. Não deveria ter te contado.
- Calma, Sam! Eu tava brincando! – ela parecia séria agora – Por que eu não consigo ouvi-la?
- Eu não sei! Ela só falou comigo pela primeira vez ontem! Talvez porque minha irmã seja de outro mundo, eu não sei!
- Você tem uma irmã? Acho que se esqueceu dessa parte.
- Desculpa. O nome dela é Sarah. Ela é a princesa de Muiraquitã. Layla, ela é princesa ou rainha?
- Princesa. – respondeu Layla. Acho que Alexis só escutou um latido.
- Alexis, você se importa se eu conversar com a Layla um pouquinho?
- Isso é estranho. Tá. – ela concordou.
- Layla, existem pessoas ou seres, sei lá, de Muiraquitã aqui em Boston?
- Nossa! E como existem! – disse Layla.
- Como eu chego lá?
- Você tem que dizer um tipo de...senha e seu nome.
- Que senha?
- A senha é Soren.
- Algum motivo especial para esse nome?
- Sim. Soren foi um animal que já fez muito pelo nosso mundo e por outros também.
- Podemos ir para Muiraquitã agora?
- Você pode e eu também. Ela eu já não tenho certeza.
- Por que?
- Ela não tem um animal que possa levá-la como você e nem uma irmã princesa. Talvez se você falar a senha e depois o nome dela funcione.
- Tá. – Alexis não parecia ter ouvido nada além de mim falando sozinha ou latidos. – Alexis, chegue mais perto.
- Eu ouvi você falando. Nós vamos para Muira?
- Quitã. – completei.
- Tanto faz. Como eu vou?
- Layla vai por conta própria e eu e você teremos que dizer uma senha e nosso nomes. Na verdade, eu que vou dizer. Você só precisa ficar do meu lado.
- Assim que Layla se foi, eu disse:
- Soren. Samantha Harrie e Alexis Cocker.
E, do nada, tudo ficou branco.
Você ainda vai publicar esse livro, prima. Escreve o que eu tô falando... :)
ResponderExcluirTatá, a história tá muito LEGAL!!! Quando vc publicar o seu livro eu quero cópia autografada, ein?
ResponderExcluirBeijinhos e Saudades!!!